"Perdi os meus fantásticos castelos
Como névoa distante que se esfuma...
Quis vencer, quis lutar, quis defendê-los:
Quebrei as minhas lanças uma a uma!
Perdi minhas galeras entre os gelos
Que se afundaram sobre um mar de bruma...
- Tantos escolhos! Quem podia vê-los? -
Deitei-me ao mar e não salvei nenhuma!
Perdi a minha taça, o meu anel,
A minha cota de aço, o meu corcel,
Perdi meu elmo de oiro e pedrarias...
Sobem-me aos lábios súplicas estranhas...
Sobre o meu coração pesam montanhas...
Olho assombrada as minhas mãos vazias..."
(Espanca)
"He hum não querer mais que bem querer; (Camões)"
"Teu amor pelas cousas sonhadas era teu desprezo pelas cousas vividas."
domingo, 26 de outubro de 2008
quinta-feira, 16 de outubro de 2008
Da Neve Fundida.
'Quando o ardor da minha palavra persuasiva
do abismo obscuro do erro retirou tua alma,
profundamente degradada e quando,
cheia de uma dor atroz,
torcendo os braços,
maldisseste o vício,
o vício que te havia fascinado,
quando a tua consciência castigando,
à existência passada renunciaste, e
escondendo em tuas mãos teu rosto,
de repente,
cheia de horror e de vergonha,
tu choraste...'
Niekrassov
do abismo obscuro do erro retirou tua alma,
profundamente degradada e quando,
cheia de uma dor atroz,
torcendo os braços,
maldisseste o vício,
o vício que te havia fascinado,
quando a tua consciência castigando,
à existência passada renunciaste, e
escondendo em tuas mãos teu rosto,
de repente,
cheia de horror e de vergonha,
tu choraste...'
Niekrassov
quarta-feira, 8 de outubro de 2008
Íntimo.
Agi sempre para dentro. Nunca toquei na vida. Sempre que esboçava um gesto, acabava-o em sonho, heroicamente. Uma espada pesa mais que a ideia de uma espada. Comandei grandes exércitos - venci grandes batalhas, gozei grandes derrotas - tudo dentro de mim.
Gostava de passear sozinho pelas alamedas e pelos grandes corredores e de comandar as árvores e desafiar os retratos das paredes. No grande corredor sombrio que há ao fundo do palácio passeei com a minha noiva muitas vezes; Eu nunca tive noiva real; Nunca soube como se amava; Apenas soube como se sonhava amar. Se eu gostava de usar anéis de dama nos meus dedos é que às vezes queria julgar que as minhas mãos eram de princesa e que eu era, pelo menos no gesto das minhas mãos, aquela que eu amava.
Um dia foram-me encontrar vestido de rainha, eu estava sonhando que eu era a minha esposa régia. Gostava de ver a minha face reflectida porque podia sonhar que era a face de outra criatura - porque era de formas femininas, que era de minha amada que era a face reflectida. Quantas vezes a minha boca, tocou na minha boca nesse espelho! Quantas vezes apertei uma das mãos com a outra, quantas adorei meus cabelos com a minha mão / alheada / para que parecesse dela ao tocar-me. Não sou eu que te estou dizendo isto... É o resto de mim que está falando.
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