"Teu amor pelas cousas sonhadas era teu desprezo pelas cousas vividas."

terça-feira, 28 de setembro de 2010

cortejo ingênuo dos meus sonhos…



Foi nas alamedas do bosque, sem dúvida, que se passou a tragédia de que resultou a vida. Éramos dois e belos e desejavamos ser outra coisa; o amor tardava-nos no tédio do futuro, e a saudade do que haveria de ser vinha já sendo a origem do amor que não tinhamos tido. Assim, ao luar entre as árvores, pois através delas se coava a lua, passeavamos, mãos dadas, sem desejos nem esperanças, através do deserto próprio das áleas abandonadas. Eramos como crianças inteiramente, pois não havia verdade alguma. De álea em álea, silhuetas entre troncos e copados, percorremos em papel recortado aquele cenário de ninguém. E assim sumimos para o lado dos tanques, cada vez mais juntos e separados, e o ruído da vaga chuva que cessa é o dos repuxos de para onde iamos. Sou o amor que houve e por isso sonho na noite em que não durmo, e também sei viver infeliz.

1 comentário:

Thayla Christini disse...

Você me deu uma aula e agora eu fico sem o que falar hahaha me deixou sem palavras...e agora?
beeeijos, querido!

Thay